Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2006

O elefante bebé

Cláudia regressou a casa sozinha. Exausta. Tomou um duche e meteu-se na cama. Só, desesperadamente só. Teve uma noite cheia de pesadelos. Encontrava-se num deserto nas profundezas de África. Reconheceu o lugar por já o ter visto uma noite no Canal Discovery. No seu sonho, as cenas do documentário misturavam-se com as da sua realidade, em tempo real. Vastas extensões desertas desvastadas por uma seca horrível. Um elefante bebé, acabado de sair do ventre da mãe, ergueu-se desajeitadamente nas patas, ainda pegajoso, no momento em que a mãe expirou. - Corre, bebé, corre - ouviu Cláudia a sua própria voz enquanto observava a cena de longe, sem poder ajudar e sem saber porque sentia aquele medo instintivo.
A cria acabou por se afastar penosamente da mãe, depois de ter tentado mamar em vão. Cláudia seguiu-o através do deserto. O calor era intenso, quase palpável, e a terra fendida estalava sob os seus pés. O elefante bebé orfão soltava pequenos gemidos enquanto procurava comida e companhia. Ao chegar junto de um bosque de árvores semimortas esfregou o corpo num tronco. "O paquiderme recém-nascido confunde o tronco de uma árvore com as patas da mãe", dizia a voz do comentador. "Esfrega-se contra ele para assinalar a sua presença e procurar conforto. Esgotado, continua a sua busca de comida e de água através da savana ressequida." - Corre, bebé, corre - sussurrou novamente Cláudia. A cria prosseguiu caminho. À medida que as horas passavam, avançava cada vez com mais dificuldade e caía frequentemente, voltando a levantar-se mal recuperava algumas forças. "O elefantezinho precisa urgentemente de encontrar água", prosseguiu o narrador num tom monótono. "Em pleno deserto, a água é a única diferença entre a vida e a morte." De súbito, uma manada de elefantes recortou-se no horizonte. Aproximaram-se e Cláudia não tardou a avistar pequenas crias que avançavam prudentemente à sombra das mães. Quando a manada parou, os bebés aproveitaram para mamar, acariciados pelas trombas das mães. Cláudia sentiu-se aliviada. Outros elefantes tinham aparecido e o pequeno orfão estaria a salvo. (Continua)


publicado por delta às 00:33
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6 comentários:
De Jofre Alves a 23 de Dezembro de 2006 às 10:47
Passei para desejar Boas Festas, Santo Natal e Próspero Ano Novo, são os meus sinceros votos para a Terra Nostra.


De Maria Papoila a 21 de Dezembro de 2006 às 17:22
Depois venho ler a continuação para saber a surpresa.
BOM NATAL!
Beijos


De Nylda a 19 de Dezembro de 2006 às 13:02
Vim desejar que sejas muito feliz;
que busques e alcances os teus sonhos.
Que neste Natal a tua vida seja repleta de alegria
e que tudo dê certo para ti.
Seja feliz neste Natal.
Que todas as boas surpresas se revelem nessa noite de paz,
para que tu sintas orgulho de ser feliz,
de ser essa pessoa especial que tu és;
Que a cada presente, a cada abraço,
tu venhas a sentir o carinho das pessoas que tanto te consideram,
por isso, estou aqui para te dizer:
Seja feliz!
Fique em paz, abre o teu coração e tenha o melhor Natal!
Tu mereces e eu vim desejar-te, todos os votos de saúde, amor,
prosperidade e alegria.
Feliz Natal para ti, família e amigos.

Beijos e um sorriso.


De CASTOR a 16 de Dezembro de 2006 às 03:30
A natureza prega-nos surpresas. Quero saber de que tipo será esta. Volto para ler a segunda parte.


De tron a 16 de Dezembro de 2006 às 00:50
Aí quem faz a selecção é natureza que mostra uma face cruel como quando as crianças são apanhadas por alguma doença.
São formas crueis da natureza se mostrar


De luciana abreu a 1 de Outubro de 2008 às 09:18
eu sou uma vaca de merda!!!!!
tenho pelos no pipi ...horrorosos!eu n~so tomo banho!
tenho celulite e as minhS mamas


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