Sexta-feira, 12 de Maio de 2006

Os senhores dos ares


Todos os dias milhares de animais, entre aves e mamíferos marinhos são apanhados por acaso nas redes e nas linhas de pesca.

Entre as aves que diariamente são apanhadas encontram-se os albatrozes. Do ar os albatrozes vêem os peixes que servem de isco para a pesca e mergulham. Só ao engolirem o isco é que se apercebem de uma pequena peça de metal que lhes rasga a garganta ou fica presa nos bicos, acabando por os arrastar irremediavelmente para o fundo do mar. Calcula-se que de cinco em cinco minutos um albatroz fique preso num anzol, ou seja 100.000 por ano.

O albatroz escolhe o par e fica com ele a vida inteira. Se por acaso o companheiro/a morrer podem decorrer muitos anos até arranjar outro par mas, o mais provável é que passe o resto da vida sózinho. O albatroz pode viver entre 40 a 60 anos, o que faz com que só os individuos adultos se reproduzam. Se pensarmos que alguns atingem a maturidade sexual a partir dos doze anos e que existem espécies que só nidificam de dois em dois anos e que não têm mais que uma cria de cada vez, é fácil de perceber que a este ritmo o albatroz não tem grande hipótese de sobreviver.

Tudo ficaria mais fácil se os pesqueiros adoptassem uma ou duas medidas, como colorir o isco de azul o que o torna mais difícil de ser detectado do ar, colocassem mais peso nos anzóis ou colocassem nas linhas dispositivos para assustar e afastar as aves. Mas são muitos ses e o certo é que o albatroz enfrenta grave perigo de extinção.

19 das 21 espécies de albatrozes do mundo estão ameaçadas. Duas espécies estão em perigo de extinção, 7 estão gravemente ameaçadas e 10 estão vulneráveis.








Foto tirada por Chris Harbard






Foto tirada por Chris Harbard







Exemplo de dispositivo que pode ser colocado nas linhas de pesca. Foto tirada por Jim Enticott








Foto tirada por Michael Gore






Foto tirada por Michael Gore














O mundo ficaria muito mais pobre se estas aves deixassem de cruzar os céus com o seu magnífico voo planado.





Informações e fotos tiradas do site savethealbatross.net. Visitem-no. Vão ver que vale a pena.








































publicado por animaleja às 00:03
De marius70 a 19 de Maio de 2006 às 11:55
Olá animaleja. As descargas de crude efectuadas no mar alto, pela calada da noite, matam anualmente cerca de 300 000 aves entre elas a torda mergulheira (alca torda), o albatroz (ara chloroptera), os ganso-patola (morus bassana), o guincho (larus ridibundus), as gaivotas (familia larus) e a andorinha-do-mar-anã (sterna albifrons). Se juntarmos a esta matança as que referes no teu tema, dentro de poucos anos o albatroz só fará parte dos livros escolares e a professora dirá: «Num passado não muito distante estas aves riscavam o céu com as suas asas». Agora vai-se alertando mas, assim como acontece com a matança “apadrinhada” pelo governo canadiano na matança das focas-bébés, o mundo fecha os olhos e continuará a fechar até ser tarde de mais.

O Albatroz//


Às vezes, por prazer, os homens da equipagem/
Pegam um albatroz, imensa ave dos mares,/
Que acompanha, indolente parceiro de viagem,/
O navio a singrar por glaucos patamares.//

Tão logo o estendem sobre as tábuas do convés,/
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,/
Deixa pender, qual par de remos junto aos pés,/
As asas em que fulge um branco imaculado.//

Antes tão belo, como é feio na desgraça/
Esse viajante agora flácido e acanhado!/
Um, com cachimbo, lhe enche o bico de fumaça,/
Outro, a coxear, imita o enfermo outrora alado!/

O Poeta se compara ao príncipe da altura/
Que enfrenta os vendavais e ri da seta no ar;/
Exilado ao chão, em meio à turba obscura,/
As asas de gigante impedem-no de andar.////
Charles Baudelaire


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